"No Brasil, os cariocas foram os primeiros a experimentar a delícia gelada que vinha ganhando o mundo. Em 1834, o navio americano Madagascar, vindo de Boston, aportou na cidade do Rio de Janeiro com cerca de 200 toneladas de gelo em blocos. O objetivo: fazer sorvete, claro! Os blocos de gelo foram armazenados com serragem em depósitos subterrâneos e conservados por aproximadamente cinco meses.
"Como naquela época não havia como conservar o sorvete depois de pronto, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo, causando alvoroço na cidade. Até as mulheres, que então eram proibidas de entrar em bares, cafés e confeitarias, resolveram quebrar o protocolo e fizeram fila para experimentar a novidade.
"O sorvete começou a ser distribuído em escala industrial no país em 1941, quando nos galpões alugados da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, no Rio de Janeiro, instalou-se a U.S. Harkson do Brasil, a primeira indústria brasileira de sorvete."
("O sorvete chega ao Brasil" - Maria Ramos - Fiocruz)
Mas essa história começou em Xangai. A Hazelwood Ice Cream Company era uma indústria de sorvetes, chocolates e outros doces, que em 1938, foi atingida pela guerra entre China e Japão.
Seu proprietário, o americano Ulysses Severin Harkson, incumbiu o gerente comercial, John Kent Lutey, de procurar um outro país para implantar a empresa.
Ele comprou uma pequena fábrica falida de sorvetes no Brasil, que se chamava Gato Preto no Rio de Janeiro.
No dia 24 de julho de 1941, após um certo período de reformas, foi fundada, então, a primeira indústria brasileira de sorvetes.
Em 1942, começavam a circular no Rio de Janeiro os primeiros carrinhos amarelos e azuis. Às cores, herança dos tempos em Xangai, acrescentou-se o nome: Sorvex Kibon.
No começo, foi difícil, já que ocorria a Segunda Guerra Mundial, que obrigava o país a racionar açúcar e leite, além de impossibilitar melhores recursos, como a importação de máquinas adequadas para a produção de sorvete. Mas mesmo assim, a produção continuou.
Em 1942, começavam a circular no Rio de Janeiro os primeiros carrinhos amarelos e azuis. Às cores, herança dos tempos em Xangai, acrescentou-se o nome: Sorvex Kibon.
No começo, foi difícil, já que ocorria a Segunda Guerra Mundial, que obrigava o país a racionar açúcar e leite, além de impossibilitar melhores recursos, como a importação de máquinas adequadas para a produção de sorvete. Mas mesmo assim, a produção continuou.
O primeiro sorvete a ser lançado pela Kibon, foi o Chicabon, seguido pelo Eski-bon. Mas há quem diga que seu primeiro lançamento em 1942 foi o Eski-bon, seguido pelo Chicabon!
Tanto faz pois os dois continuam aí!
No ano seguinte a fábrica fluminense
e a paulistana precisaram se expandir para dar conta da demanda.
Até o fim da década de 50, surgiram mais
novidades: sorvete em copinho e em lata, sundae, picolés de frutas tropicais e bolo
gelado.
A marca patrocinou episódios do Sítio do Pica-Pau Amarelo, em 1953.
Dois anos depois, estreou o programa próprio, a Grande Ginkana Kibon, que revelava talentos mirins da dança e da música.
A atração
era líder de audiência da TV Record e permaneceu no ar por 9 anos.
- Em 1960, a Kibon foi comprada pela General Foods Corporation.
- Em 1985, ela foi comprada pela Philip Morris.
- Nos anos 90s, a Kibon fabricou produtos da companhia suíça Mövenpick.
- Em 1995, a Kibon comprou a fábrica de chocolate Lacta.
- Em 1997, a Unilever comprou a Kibon, e a padronizou com a sua marca global de sorvetes, fazendo com que a Kibon entrasse para a divisão chamada Heart Brand <3
A história do sorvete no Brasil também é contada resumidamente nesse vídeo legal:
E lá nos EE.UU. quiseram saber do vô Homero se existia sorvete no Brasil! Isso no próximo post, na outra quarta-feira, não a próxima. Até lá.
Fontes:
- http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=898&sid=7- http://pt.wikipedia.org/wiki/Kibon
- http://www.unilever.com.br/Images/Kibon_tcm95-107544.pdf