sábado, 26 de julho de 2014

Curiosidades #14

"No Brasil, os cariocas foram os primeiros a experimentar a delícia gelada que vinha ganhando o mundo. Em 1834, o navio americano Madagascar, vindo de Boston, aportou na cidade do Rio de Janeiro com cerca de 200 toneladas de gelo em blocos. O objetivo: fazer sorvete, claro! Os blocos de gelo foram armazenados com serragem em depósitos subterrâneos e conservados por aproximadamente cinco meses.



"Como naquela época não havia como conservar o sorvete depois de pronto, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo, causando alvoroço na cidade. Até as mulheres, que então eram proibidas de entrar em bares, cafés e confeitarias, resolveram quebrar o protocolo e fizeram fila para experimentar a novidade.



"O sorvete começou a ser distribuído em escala industrial no país em 1941, quando nos galpões alugados da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, no Rio de Janeiro, instalou-se a U.S. Harkson do Brasil, a primeira indústria brasileira de sorvete." 

("O sorvete chega ao Brasil" -  Maria Ramos - Fiocruz)

Mas essa história começou em Xangai. A Hazelwood Ice Cream Company era uma indústria de sorvetes, chocolates e outros doces, que em 1938, foi atingida pela guerra entre China e Japão

Seu proprietário, o americano Ulysses Severin Harkson, incumbiu o gerente comercial, John Kent Lutey, de procurar um outro país para implantar a empresa. 

Ele comprou uma pequena fábrica falida de sorvetes no Brasil, que se chamava Gato Preto no Rio de Janeiro. 

No dia 24 de julho de 1941, após um certo período de reformas, foi fundada, então, a primeira indústria brasileira de sorvetes.

Em 1942, começavam a circular no Rio de Janeiro os primeiros carrinhos amarelos e azuis. Às cores, herança dos tempos em Xangai, acrescentou-se o nome: Sorvex Kibon.

No começo, foi difícil, já que ocorria a Segunda Guerra Mundial, que obrigava o país a racionar açúcar e leite, além de impossibilitar melhores recursos, como a importação de máquinas adequadas para a produção de sorvete. Mas mesmo assim, a produção continuou. 

O primeiro sorvete a ser lançado pela Kibon, foi o Chicabon, seguido pelo Eski-bon. Mas há quem diga que seu primeiro lançamento em 1942 foi o Eski-bon, seguido pelo Chicabon!

Tanto faz pois os dois continuam !








Em 1949 o aumento do consumo exigiu que Kibon passasse a produzir também em São Paulo

No ano seguinte a fábrica fluminense e a paulistana precisaram se expandir para dar conta da demanda.

Até o fim da década de 50, surgiram mais novidades: sorvete em copinho e em lata, sundae, picolés de frutas tropicais e bolo gelado



O merchandising de Kibon estava presente nas recém-inauguradas transmissões de TV

A marca patrocinou episódios do Sítio do Pica-Pau Amarelo, em 1953.

Dois anos depois, estreou o programa próprio, a Grande Ginkana Kibon, que revelava talentos mirins da dança e da música.


A atração era líder de audiência da TV Record e permaneceu no ar por 9 anos





  • Em 1960, a Kibon foi comprada pela General Foods Corporation.
  • Em 1985, ela foi comprada pela Philip Morris.

  • Nos anos 90s, a Kibon fabricou produtos da companhia suíça Mövenpick.
  • Em 1995, a Kibon comprou a fábrica de chocolate Lacta.
  • Em 1997, a Unilever comprou a Kibon, e a padronizou com a sua marca global de sorvetes, fazendo com que a Kibon entrasse para a divisão chamada Heart Brand <3




A história do sorvete no Brasil também é contada resumidamente nesse vídeo legal:





E lá nos EE.UU. quiseram saber do vô Homero se existia sorvete no Brasil! Isso no próximo post, na outra quarta-feira, não a próxima. Até lá. 

Fontes:
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=898&sid=7
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Kibon

- http://www.unilever.com.br/Images/Kibon_tcm95-107544.pdf

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Missa de Páscoa - 13/04/52

Corning, 13 de abril de 1952

Querida Ilza:

De volta do interior, onde conheci as cidades de Albany (capital do Est. De N. York), Schnectady, Syracuse, Troy, Binghanton e Elmira, cheguei 6ª. feira à noite, depois de ter estado na casa do americano que me acompanhou na viagem, o velho de 65 anos, Mr. Rutan

senhora Rutan, a característica velha americana, bem enfeitada, bem pintada, de chapéu, recebeu-me muito bem e, depois, a convite do Rutan, fomos jantar num restaurante de Elmira

No fim do jantar, ela perguntou-me se queria conhecer a cosinha do restaurante, que é de propriedade de pessoa dela conhecida

Era realmente muito interessante a cosinha: tudo muito limpo, com muito aparelhamento automático, moderno

O cosinheiro era francês, do Canadá, e trocamos algumas palavras em francês, para admiração da Sra. Rutan, que louvou minha habilidade... Trés bien!



Como deveria ser a tal cozinha do restaurante naquele tempo.
©Frank Hardy
























Cornell University, Campus de Ithaca, NY


O mais interessante é que a filha do dono do restaurante é a chefe ou diretora da cosinha e, surprendido com as explicações técnicas, em linguagem elevada, que me dava sobre a cosinha (como se estivesse mostrando um laboratório ou uma moderna fábrica) perguntei-lhe onde ela adquirira conhecimentos tão completos. 


Ela então me respondeu: “Eu sou formada pela Universidade de Cornell, na cadeira de Administração de Hotéis e Restaurantes”... 



Por aí você pode imaginar a que ponto chega a especialização neste país e ela me disse isso com certo orgulho e importância...



Terminado o jantar, eu pensei que seria interessante comprar um ramo de flores (das que estão aparecendo para a Páscoa e que eles chamam de “Flores de Páscoa”, cultivadas em estufas e vendidas em vasos, muito bem arranjados). Existem jacintos em várias cores, o nosso copo de leite, hortênsias de pétalas largas, enfim flores maravilhosas. A velha ficou muito contente com meu “gesto sul-americano”. 

Trouxeram-me de automóvel até Corning e insistem em que eu passe o “week-end” numa casa de verão que eles têm junto a um dos lagos das redondezas e que, pela fotografia, deve ser realmente linda. Disse-lhe das minha obrigações futuras e desculpei-me.

Lago Seneca, "um dos lagos das redondezas" (Região dos Finger Lakes)

Hoje, domingo de Páscoa, fomos à Igreja de S. Maria, à Missa da Ressurreição, muito bonita.

Notei que, na 6ª. feira santa, as igrejas católicas não fazem a procissão tradicional do Enterro, parecendo que essas cerimônias são todas no interior da igreja.

(Continua)

sábado, 19 de julho de 2014

Curiosidades #13

Cerca de dois milhões de anos atrás, uma série de fluxos glaciais começaram avançando e recuando através do que é agora Estado de Nova York.

Estes corpos maciços de gelo fluíam para o sul, cavando trincheiras profundas na terra, arrancando a terra à medida que avançavam, deixando lagos longos e estreitos e desfiladeiros profundos em seu rastro. 


Esta é a explicação científica sobre a origem dos Finger Lakes (finger = dedos).



Já os nativos americanos que viveram naquela área, acreditavam que Finger Lakes eram as impressões digitais do Grande Espírito, que estendeu a mão e, em tocando a terra, transformou aquela terra em solo sagrado, abençoado pela natureza. Eram grupos de Cayuga, Mohawk, Oneida, Onondaga, Seneca e outras tribos que viveram na região por milhares de anos antes da chegada do colonizador eupopeu. Muitos povoados e lagos levam nomes derivados de línguas nativas americanas.






Quando estourou a Guerra da Independência Americana, a maioria das tribos se juntou aos britânicos e isso levou à expulsão deles da região. Após a Guerra, muitos veteranos foram premiados com concessões de terras em uma área de dois milhões de hectares de terra que se estendia através dos Finger Lakes e arredores, e esses colonos começaram a cultivar a área, uma indústria que continua até hoje.



São 11 os Finger Lakes:


























- Otisco Lake
- Skaneateles Lake
- Owasco Lake
- Cayuga Lake
- Seneca Lake
- Keuka Lake
- Canandaigua Lake
- Honeoye Lake
- Canadice Lake
- Hemlock Lake
- Conesus Lake 

(Aqueles três lagos a oeste - Oneida, Onondaga e Cazenovia - não são considerados Finger Lakes por terem características diferentes dos outros.)

Corning fica bem aqui, ó ↑                                                             


Esta é uma concorrida região de turismo no Centro-Oeste do Estado de Nova York, e a cidade de Corning está bem ao sul dela. É a alternativa da costa oeste ao Napa Valley da Califórnia.


É bastante procurada pelas suas belezas naturais, as maravilhas de cachoeiras, desfiladeiros, lagos, colinas e vinhas, um gosto de famosos vinhos da região, culinária caseira e paixão pela natureza, vida e cultura certamente deixará uma impressão que você não vai esquecer tão cedo.

Não importando a estação do ano, a qualquer tempo existem belos programas para se fazer na região.

Os esportes aquáticos do verão, as caminhadas e trilhas na primavera e as visitas às vinícolas, não só no inverno como durante todo o ano.






O vô Homero recebeu um convite para passar um "week-end" numa casa de veraneio à beira de um dos lagos. Isso no próximo post, na próxima quarta-feira. Até lá. 


Fontes:
- http://www.fingerlakes.com/
- http://en.wikipedia.org/wiki/Finger_Lakes
- http://goista.com/finger-lakes-the-east-coast-answer-to-californias-napa-valley/
- https://www.youtube.com/channel/UCNlWCps3bw79UJ8A_Dljlhg
- https://www.youtube.com/channel/UCSDI6ZmPA3X7Roo7bhUlXEA

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Em Albany - 07/04/52

"O nome do Hotel é de uma família de dinamarqueses que para aqui imigrou no séc. XVII. Hotel confortável e relativamente barato: 5,50 diária (165,00) só para dormir (despesa por conta da S. M.)"

Albany, Estado de New York 

7-4-51 Ops! Ele errou o ano!


Minha querida Ilza:

The Ten Eyeck Hotel
Cheguei hoje a esta bela cidade, que é a capital do Estado de N. York, e considerada uma das primeiras cidades que se insurgiram contra os ingleses, na Guerra da Independência. Disso o povo se orgulha, conforme me disse pessoa daqui a que fui apresentado.

prédios lindos, de arquitetura e estilo gótico e gregoriano. Algumas casas têm estilo dinamarquês, resto dos primeiros habitantes dessa raça que aqui se estabeleceram.


Porto de Albany
O Rio Hudson, o mesmo que vai desaguar em N. York, é navegável até aqui e vi navios de certo porte e calado.

Os campos estão começando a enverdecer, mas as árvores frutíferas, de chácaras ao longo da estrada de ferro por onde passamos, ainda estão secas.






Interior do Estado de Nova York
As casas, fazendas, que se vêm no trajeto, pintadas de cores as mais variadas possíveis, com telhados vermelhos, azuis, brancos, verde, etc. sobressaem na paisagem que deve ser realmente linda quando tudo, árvores e campos, estiverem verdes no forte da primavera.

Os rios e riachos, alguns correndo sobre leitos de cascalho, são outra nota curiosa e alegre no cenário deste Estado.

(Começou escrevendo num dia e terminou no outro)

Muitas árvores ao longo da estrada e na cidade, também ao longo da magnífica estrada que, hoje dia 8 , nos conduziu à alegre, embora pequena, cidade de Schenectady, sede da General Electric, cujo páteo para estacionamento dos carros dos empregados, deve ser 3 vezes maior que a P. da Sé

Sede da GE em Schnectady, NY
Nunca vi tanto carro junto!
E disseram-me que
todos aqueles 1000 (talvez?) carros pertenciam a empregados, operários, etc. de uma única empresa! 

Disseram-me que, às 4,30 h., quando a fábrica pára o turno do dia, a cidade fica congestionada durante uma hora. Muita gente que tem automóvel evita cruzar a cidade nessa hora de movimento



Apenas um cartão postal qualquer, não é o que ele enviou.
Aí vai um cartão com vista de Albany, que, nestes 4 dias, vai ser nosso quartel-general, pois, daqui iremos diariamente e regressaremos ao Hotel, às cidades de Schenectady, Troy, Utica e Rochester


São pequenas cidades em população (100.000 em média) mas com todo o conforto de grandes cidades, lojas magníficas, hotéis, ruas pavimentadas e cheias de gente bem vestida, além de que, como em toda parte neste país, automóveis em número considerável


O americano não liga para automóvel: ele o tem como simples objeto de uso diário, digamos, como uma capa ou sobretudo. Ninguém conversa “sobre o seu carro”, nem o carro se torna uma obcessão, como acontece com os donos de automóveis.


Ao  passear, hoje, de carro, pela cidade de Schenectady, como ôntem aconteceu com a de Albany, através dos bairros residenciais, a gente só tem expressões de entusiasmo e admiração por estas belas, largas e sempre arborizadas ruas, cujas casas, embora de madeira, mas tão alegres, espaçosas, sem muros ou grades, devem ser mais lindas ainda no verão ou mais tarde na primavera, quando então estas árvore, hoje secas, completarão o cenário magnífico do conforto.

Ficarei aqui até 5ª à noite, quando voltarei a Corning, para, então, na semana vindoura, se não houver novo adiantamento acho que ele queria dizer "adiamento", partir para o Canadá

Continue escrevendo para Corning, como até aqui, porque o pessoal encaminhará a correspondência para lá. 

Ontem à noite, aqui numa loja desta cidade, achei um rádio de cabeceira por $12.00, que comprei para Marília.

Não, esse não é ele.
Nas minhas visitas aos distribuidores de Pyrex e grandes lojas em companhia do meu companheiro, Mr. Rutan, tenho sido recebido, como é tradicional aqui, com toda a atenção e amabilidade, bem reveladoras do caráter educado deste povo.

Interessam-se pelo Brasil, (embora não saibam nada do nosso país) perguntam pelos índios, a língua que falamos (muitos pensam que é espanhol) e admiram-se com o preço dos automóveis aí, quando calculo o dólar a 20.00 para melhor explicar!


NOOOSSAAA! QUE DIFERENÇA DE HOJE EM DIA, HEIN!?

Beijos e abraços às crianças.

Esta carta é só de impressões de viagem ao interior.

Vou bem de saúde.

A comida aqui está mais agradável.

Do seu Homero

sábado, 12 de julho de 2014

Curiosidades #12

Uma pergunta comum em muitos jogos de Perguntas e Respostas, tipo Master ou em programas de televisão, tipo Passa ou Repassa, é: 

QUEM INVENTOU A LÂMPADA?


Resposta: Thomas Edison.

Outra informação muito difundida é que Thomas Edison tentou por mais de um ano os mais diversos tipos de materiais para o filamento da lâmpada, não desistindo até encontrar. Exemplo de persistência.

Mas a lâmpada elétrica foi apenas UMA das 2.332 patentes que ele registrou, e também não foi sua primeira invenção de sucesso.






havia trabalhado muito como telegrafista (que nem meu OUTRO avô, José!) quando seu primeiro invento rentável foi um sistema de transmissão das cotações das ações da Bolsa de Valores (1871) pelo qual pensava em obter 5 mil dólares, mas lhe pagaram 40 mil.










Aplicou todo o dinheiro em seu laboratório.








O telefone foi patenteado por Graham Bell em março de 1876, mas um mês antes, Edison registrou que estava trabalhando numa experiência parecida.

Não inventou o telefone mas aperfeiçoou o sistema de transmissão, utilizando base de carbono como até hoje é usado


Criou um sistema de gravação e reprodução de som , o fonógrafo (1877) pelo qual virou uma celebridade nacional.





Em 1878 funda a Edison Electric Light Company e começa a tentar achar o material ideal para o filamento da lâmpada.

É verdade que outros já haviam tentando, mas a vida útil dos dispositivos era bem curta.

O filamento de algodão carbonizado acabou sendo o mais eficaz e em 21 de outubro de 1879 fez-se a luz.

Para tornar-se comercialmente viável, era preciso, então, um vidro que fosse resistente ao calor.

E foi à Corning que Edison recorreu para que fossem produzidos os vidros das lâmpadas




Para que a luz elétrica chegasse até o consumidor final, precisou ser criado também todo o sistema de transmissão elétrica.

Em 1889 Thomas Edison já possuía:


- Edison Lamp Company (fabricante de lâmpadas)
- Edison Machine Works (dínamos e motores elétricos)

- Bergmann & Company (soquetes e outros materiais elétricos)
- Edison Electric Light Company (detentora das patentes e financiadora dos experimentos). 

Todos esses negócios foram, então, fundidos em uma companhia:
Edison General Electric Company em 24 de abril 1889.

Neste mesmo ano adquire ainda a Sprague Electric Railway & Motor Company.



Na mesma época, em Lynn, Massachusetts, era formado outro conglomerado de empresas, a Thomson-Houston Electric Company, por Charles Coffin.




Finalmente, em 1892, da fusão da Thomson com a Edison, surge a GENERAL ELECTRIC, a GE que conhecemos até hoje, um dos maiores conglomerados do mundo.
Sua sede era em Schenectady, no estado de New York.

O vô Homero passou por Schenactady e contou em carta. Isso no próximo post, na próxima quarta-feira. Até lá. 


Fontes:
- http://en.wikipedia.org/wiki/General_Electric
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison
- http://www.corning.com/about_us/inside_corning/did_you_know/index.aspx
- http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/a-empresa-que-quer-desenvolver-o-vidro-indestrutivel-13012012-14.shl
- http://super.abril.com.br/superarquivo/1988/conteudo_111446.shtml



quarta-feira, 9 de julho de 2014

Muitas compras - 05/04/52

(Continuação do post anterior)



Já fiz boas compras. Ainda ontem, com o Athos, aqui em Corning, entramos para fazer compras para ele, ajudando-o na tradução



Foi engraçado porque, ao comprarmos algumas 1/2 combinações (aquelas que só tem saias), servidos por uma senhora idosa, chegou uma vendedora mais jovem, que sussurrou qualquer coisa para a velha: Esta então, com muita seriedade, perguntou-me: “Don’t you want to see some panties?” “Não quer ver algumas calcinhas?” Rimos e, então, à vontade, passamos para o balcão das calcinhas de nylon (a 59 e 79 cents). 


Comprei seis e espero comprar mais... Vamos inundar S. Paulo com calcinhas de nylon transparente. Eu ainda disse que a moça deveria ter o tipo de minha esposa e ela aconselhou o “Medium size”- tamanho médio!... As 1/2 combinações (anáguas, não é?) custaram 1,98, mas tem uma barra de 10 cms. De renda, e são bonitas


Temos visto vestidinhos bonitos, de 3,98 a 6 dólares, de algodão e rayon, mas hesitamos em comprar por não saber se vale a pena! Diga algo a respeito. Vimos taileurs a 12.00 e 15.00 – mas que bonitos! Talvez aí valham 1.200,00


Vale a pena comprar? Mande, então, tamanho do busto, cintura e comprimento da saia. Ainda há tempo, pois, em N. York tudo isso é mato





Bem agora um segredo: Estou ainda com 500,00 e com as economias das próximas semanas, espero alcançar 700.00 (sem contar com o que já comprei, cerca de 250.00). Estou planejando levar uma geladeira G.E. 8 pés, que aqui custa 200 a 230 dólares. 







Talvez também dê para a maq. de lavar roupa, tipo Bendix, que custa 230

Depende de sabermos ainda as despesas de embalagem.

É bom não comentar com as amigas, porque senão a Vidraria fica sabendo e eu não gosto nada desses mexericos.

A Marília que não comente com as Rochas, senão estas dizem ao pai e lá vai tudo por água abaixo.

Televisão não vale a pena! Já comprei por 32.50 um bom misturador elétrico, que serve para bater bolo, suco de laranja ou limão e ainda moedor de carne






Ainda sobrara dinheiro para os vestidos, combinações (já comprei 3) e camisolas. Já comprei 6 blusas de nylon a 2.00 em N.Y. e acho que ainda dá para comprar mais algumas, agora mais caras, de manga comprida e desenhos mais interessantes






O trem elétrico do Homerinho será um trem de 3 vagões e a máquina, mas funciona com corda, andando sobre uns 2 metros de trilho, em curva. 





O elétrico é terrivelmente caro e faz muito volume. 







http://mamiejanes.blogspot.com.br/
Os patins do Flávio (2.50) já estão comprados e são fortes e adatáveis a qualquer pé. O cobertor de lã da Marília é rosa, muito bonito, mas muito largo, pois as camas aqui, de solteiro, são mais largas do que as daí. O nosso é verde, debruado de setim, pura , e custaram 12.98 e 13.98 respectivamente. Você não sentirá mais frio

Só se vê agora vestidos de primavera, embora ainda hoje esteja caindo ligeiros flocos de neve... O novo catálogo nem traz mais os sweaters e pull-overs que são retirados dos estoques das lojas até o inverno seguinte, conforme aliás a sra. Ceppo nos preveniu



Ah! Comprei também uma coberta (falta-me o termo em português) de cama, de setim azul claro com as respectivas cortinas, formando um agradável conjunto para o nosso quarto. Usa-se muito aqui e dá um belo aspecto ao quarto. Talvez compre para para a Marília também, artigo mais barato. O nosso ficou caro – uns 25.00 – mas é realmente bonito. Precisamos, porém, do colchão de molas para dar efeito! 



Comprei uma roupinha para o Homerinho, blusa e calça comprida, não sei se vai servir! Também algumas camisinhas esportes, de cores vistosas, e algumas com vistas de cow-bois, como os moleques daqui gostam!


Bem, vai longe este relatório.

Lembranças e beijinhos às crianças. Diga à Marília que combine com V. para você poder ir ao cinema com o Flávio e ela fica. Deixe de bobagem, de saudades, que não adianta. Mais alguns dias e se Deus quizer aí estarei.





Hoje, domingo, estive na missa da igreja local St. Mary – Santa Maria – bonita igreja, a melhor do lugar. 

Como sempre, muito respeito, ordem, todo mundo contribue na coleta porque a cesta passa de mão em mão

Domingo de Ramos, hoje, as pessoas, após a bençam, vão em fila até a mesa da comunhão, ajoelham-se e recebem dos padres um ramo real; depois beijam o ramo e saiem todos pela rua!



Um saudoso beijo do marido que anseia pela volta,



Homero







sábado, 5 de julho de 2014

Curiosidades #11

Wallace Carothers
"O nylon foi criado em 28 de fevereiro de 1935 pelo químico Wallace Hume Carothers, igualmente responsável pela invenção do neoprene. Foi a primeira fibra têxtil sintética produzida pelo homem, sendo o representante mais famoso do grupo das poliamidas (fibras artificiais com enorme resistência e elasticidade). A invenção foi fruto das pesquisas em ciência e tecnologia desenvolvidas pela DuPont, empresa química criada por um discípulo de Lavoisier e produtora de uma grande variedade de produtos.

"Charles Stine, vice presidente da DuPont, revelou a descoberta em 1939 na New York World’s Fair, introduzindo o nylon em sua forma têxtil para um grupo de três mil mulheres, ao invés de reunir a sociedade científica da época. No final do mesmo ano ocorreu a sua comercialização para o grande público, causando alvoroço e o interesse ávido das consumidoras – 64 milhões de meias-calças vendidas em apenas um ano.



"O nylon foi usado inicialmente nas cerdas da escova de dente, em suturas cirúrgicas e linhas de pesca. Para além das meias-calças femininas e de seu uso no vestuário em geral (roupa íntima, moda praia, trajes esportivos…), tal material ainda está presente nas cordas de instrumentos musicais, canos, paraquedas, engrenagens, pneus, entre outros.

"É incrível que consiga, ao mesmo tempo, ser capaz de parar um projétil mas também confeccionar roupas confortáveis e maleáveis.

"Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a seda se tornou escassa. O nylon, portanto, firmou-se como seu substituto sintético. Acessórios e elementos do universo militar passaram a utilizar o novo material. O governo americano criou uma campanha para que as mulheres doassem suas meias-calças para a confecção de paraquedas, por exemplo.

O Tio Sam decidiu que poderia dar melhor uso para o nylon das meias-calças do que adornar as pernas femininas. Após o término da guerra em 1945 os produtos confeccionados com o nylon voltaram às lojas, confirmando o seu enorme sucesso, assim como uma grande revolução no mundo têxtil – principalmente para a moda feminina vindoura.

"Algumas histórias e lendas envolvem o surgimento da palavra nylon. A versão oficial divulgada pela DuPont diz respeito à organização de um comitê para a criação do termo, sugerindo modificações até alcançar uma pronúncia agradávelNorun > Nuron > Nilon > Nylon

"Um sentimento anti-japonês circulava no período em decorrência dos confrontos militares. Por conseguinte, surge uma versão que ataca o Japão no que se refere a substituição da seda pelo novo material. Os Estados Unidos era uma ameaça para o maior produtor de seda natural, enfraquecendo a liderança da manufatura dessas fibras em terras nipônicas. Cria-se o “slogan”: Now You've Lost, Old Nippon.

"A mais famosa dessas lendas, defendida também pelo expert em história da moda João Braga, conta que o termo inspirou-se no nome de duas cidades.

As primeiras fábricas a produzirem o material localizavam-se nos Estados Unidos (New York) e na Inglaterra (London), assim, diante da necessidade de nomeá-lo, utilizaram as primeiras letras de tais localidades, juntando ambas as iniciais." 



Mais antigo que o Nylon, o Rayon não é considerada uma fibra totalmente sintética pois é derivada da celulose, mas também não é uma fibra natural porque demanda-se um processo muito extensivo para transformar celulose em Rayon.

É produzida desde os anos 1880, na França, onde também foi desenvolvida para ser uma alternativa mais barata à seda. Na década de 1920 a DuPont também adquiriu os direitos de fabricação e rapidamente expandiu a produção.

Rayon é usado em uma variedade de aplicações têxteis, incluindo camisas e saias (aparece em ambas as formas de tecido e malha) por ser um tecido que veste bem, é fácil de tingir e é altamente absorvente, embora ele tende a se desgastar mal. Muitos produtos de rayon fiquem amarelados com a idade e podem formar pequenas bolas e áreas de rugosidade onde o tecido é mais fortemente desgastado.



Desconfio que o vô Homero estava encantado com as roupas de Nylon e Rayon. Isso no próximo post, na próxima quarta-feira. Até lá. 

Fontes:
http://www.wisegeek.org/what-is-rayon.htm
http://reperiorevistadearte.wordpress.com/2013/07/29/breve-historia-do-nylon/